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Projeto Custo Brasil é debatido em reunião com Ministério da Economia
Projeto coordenado pela Sepec almeja reduzir 1,5 trilhão de reais do Custo Brasil por meio da produtividade, competitividade e eficiência
21 Ago, 2020 às 08:49
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As principais entidades do setor do varejo se reuniram nesta terça-feira (18) com a equipe da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, que apresentou os desdobramentos do “Projeto Custo Brasil, que almeja reduzir 1,5 trilhão de reais do Custo Brasil por meio da produtividade, competitividade e eficiência.
O CEO do projeto, Jorge Lima, discutiu com os representantes do setor os detalhes da Mandala do Custo Brasil, que compara a performance do Brasil com o desempenho da média dos países que integram a OCDE. Além disso, os participantes conheceram o programa criado pelo projeto onde o setor poderá apresentar propostas/projetos relevantes que tenham impacto para o Custo Brasil.
“Como resultante do projeto vimos um Custo Brasil medido de 1 trilhão e 500 bilhões de reais por ano, ou 22% do PIB, que são drenados da nossa economia com severos impactos sociais. A partir dessa quantificação foi criada uma ferramenta na internet, coordenada pela SEPEC, onde o setor produtivo apresentará soluções que ajudem a reduzir o Custo Brasil”, disse Lima.
Acesso ao crédito
No encontro, o setor debateu ainda com o Ministério da Economia o processo de retomada econômica e as medidas apresentadas pelo Governo Federal de ajuda aos empresários de todo o país.
O presidente da CNDL, José César da Costa, reiterou a preocupação do setor em relação à dificuldade dos créditos e financiamentos chegarem aos micro, pequenos e médios empresários.
“A questão do crédito não foi resolvida. O Pronampe ainda não foi sancionado e os empresários continuam sem conseguir ter acesso ao crédito. Precisamos de uma resposta do Governo e de ações que tragam efetivamente soluções para esse problema. Os micro e pequenos empresários não podem mais esperar, eles necessitam desses créditos com urgência”, destacou Costa.
De acordo com Jorge Lima, é fundamental que essas reclamações e denúncias de dificuldade de acessar os créditos junto aos bancos sejam denunciadas aos canais oficiais do Banco Central.
“Sem denúncia não tem como fiscalizar e atuar contra as irregularidades que estão acontecendo. O Ministério da Economia tem como prioridade a ajuda emergencial aos empresários que tanto foram impactados pela pandemia”, afirmou Lima.
Custo Brasil – Metodologia
O estudo analisou os principais entraves à competitividade do setor produtivo brasileiro, tendo como referência o ciclo de vida das empresas. Foram elencados indicadores nas 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial. O diagnóstico apresenta uma comparação do custo de se produzir no Brasil em comparação à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).O mapeamento realizado estimou o peso relativo entre os distintos elementos identificados. Essas estimativas buscam se aproximar do custo real enfrentado pelas empresas, avaliando qual seria a redução para elas caso tivéssemos hoje o nível médio da OCDE em todos os 12 temas em análise:
1. Abrir um negócio
2. Financiar o negócio
3. Empregar capital humano
4. Dispor da infraestrutura
5. Acessar insumos básicos
6. Atuar em ambiente jurídico e regulatório eficaz
7. Integrar com cadeias produtivas globais
8. Honrar tributos
9. Acessar serviços públicos
10. Reinventar o negócio
11. Competir e ser desafiado de forma justa
12. Retomar ou encerrar o negócioPara cada um dos indicadores analisados, partiu-se da lacuna existente entre a posição brasileira – mapeada por diversos estudos oficiais e a média de produtividade da OCDE. É uma estimativa abrangente, para a economia como um todo, que se aproxima bastante do custo real enfrentado pelas empresas.
- Em oferta de capital, por exemplo, os países da OCDE dispõem de 63% mais crédito do que o Brasil (fonte: Banco Mundial);
- Em relação aos encargos trabalhistas, comparadas com os países da OCDE, as empresas brasileiras gastam 11,4 pontos percentuais a mais dos seus custos totais com empregados em encargos (fonte: OCDE);
- Em relação à carga tributária, identificou-se que empresas da OCDE dedicam, em média, 38% menos de seus lucros para pagar impostos do que empresas brasileiras (fonte:Banco Mundial);
- Em relação à complexidade tributária, países da OCDE gastam 89% menos tempo que o Brasil para preparar seus impostos (Fonte: Doing Business/Banco Mundial);
Crescimento das vendas do comércio demonstram retomada do setor, avalia presidente da CNDL
Após tombo recorde com pandemia, vendas do comércio crescem 13,9% em maio, diz IBGE
13 Ago, 2020 às 09:08
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O crescimento de 13,9% nas vendas do comércio varejista, divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o setor iniciou o seu processo de retomada econômica, avalia o presidente da CNDL, José César da Costa.
“Após o tombo recorde causado pelo fechamento do comércio, os números mostram que o setor tem reagido, a recuperação leva tempo, mas a injeção do auxílio emergencial e dos créditos disponibilizados ao setor devem ajudar no aumento das vendas”, avalia Costa.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, na última semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a influência do auxílio emergencial sobre a economia deve durar, pelo menos, até o final do ano, uma vez que os saques não têm sido feitos de uma só vez e, com a decisão do governo de estender o pagamento de R$ 600 a informais e vulneráveis por mais dois meses, há um fluxo pela frente que ainda está por vir.
Para o presidente da CNDL, o setor ainda conta com a melhoria do acesso ao crédito, além da aprovação e do anúncio de novas medidas pelo governo federal.
“O crédito demorou a chegar efetivamente ao empresário, percebemos um olhar do governo para que isso fosse corrigido. O Pronampe finalmente está operando e novas medidas têm sido aprovadas para destravar o crédito, isso vai dar mais fôlego ao setor. A expectativa é de que esse crescimento se mantenha no segundo semestre”, disse Costa.
A reabertura das atividades no país também contribui para as expectativas de retomada do setor. Para o presidente da CNDL, a população está passando por um momento de mudança cultural, onde a segurança será fundamental para que as pessoas voltem a entrar nas lojas para fazer suas compras.
“À medida que a economia vai reabrindo e que as pessoas voltam a circular, a tendência é de que as vendas aumentem. Mas o consumidor precisa se sentir seguro e o varejo tem papel fundamental na construção desse novo modelo de relacionamento entre as pessoas. Os protocolos de segurança precisam ser seguidos por lojistas e pela população para que a retomada seja efetiva. Os desafios continuarão, uma vez que passamos por patamares historicamente baixos, mas a recomposição segura das atividades tem papel fundamental nesse processo de retomada”, afirma José César da Costa.