Indicador de demanda por crédito dos micro e pequenos empresários tem leve melhora em outubro

25 Nov, 2015 às 08:35

  • Dados do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) mostram que a intenção dos micro e pequenos empresários em procurar crédito pelos próximos 90 dias registrou 13,15 pontos no último mês de outubro.  O resultado está um pouco acima do que o verificado em setembro, quando o indicador apresentou 11,11 pontos numa escala que varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a propensão dos empresários a procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.

    Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os empresários estão preferindo não assumir compromissos de longo prazo, tendo em vista os juros elevados e a confiança do consumidor retraída. “Com a atividade econômica enfraquecida e os juros mais elevados, os micro e pequenos empresários brasileiros estão pouco dispostos a contrair crédito para os seus negócios”, explica.

    Tomar crédito está difícil para quatro em cada dez entrevistados

    De acordo com o levantamento, em termos percentuais, somente 6,5% dos micro e pequenos empresários das capitais e do interior do país manifestam a intenção de buscar crédito no horizonte de 30 dias. Para um intervalo ampliado de 90 dias, o percentual é de 8,2% dos entrevistados. “As condições macroeconômicas adversas e as perspectivas negativas reforçam a reticência do micro e pequeno empresariado brasileiro diante do cenário de recessão constatado a partir de dados oficias dos dois primeiros trimestres do ano”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Apenas 32,6% dos empreendedores consultados afirmaram acreditar que o faturamento de sua empresa irá crescer nos próximos seis meses.

    De acordo com o indicador do SPC Brasil e da CNDL, quatro em cada dez (39,5%) empresários ouvidos consideram que atualmente está “difícil” ou “muito difícil” ter crédito aprovado, resultado superior ao constatado em setembro deste ano (35,0%). Segundo os entrevistados, as modalidades de crédito mais difíceis de serem contratadas são os empréstimos (32,9%) e o financiamento (22,4%) em instituições financeiras.

    Intenção de investimentos segue em baixa

    Mesmo com a chegada do fim de ano, período de maior faturamento para alguns segmentos da economia, os micro e pequenos empresários continuam com baixa intenção de investir em seus negócios. O indicador de investimentos calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL  registrou 29,89 pontos em outubro, sendo que quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao investimento.  O resultado mostra uma leve melhora do ambiente na comparação com os últimos quatro meses. Ao todo, pouco mais de um quarto (28,4%) dos micro e pequenos empresários consultados pretendem realizar algum investimento nos próximos três meses. Um estudo recente do SPC Brasil mostrou que dentre os empresários que não vão investir nesse fim de ano, 42% não acreditam em aumento significativo da demanda.

    A economista Marcela Kawauti explica que a melhora dos dados na comparação com o mês passado pode ser explicada pela sazonalidade e está relacionada à preparação para o período de festas. “É comum os empresários investirem em seus negócios para atender a demanda aquecida do fim de ano, mas ainda assim o percentual de empresários que vão fazer investimentos é pequeno, visto que o indicador continua abaixo do ponto neutro de 50 pontos”, conclui.

    Dentre os empresários que demonstram a intenção de investir, os investimentos mais citados são em comunicação e propaganda (34,4%), ampliação de estoques (34,4%), reforma da empresa (31,7%) e compra de equipamentos e maquinários (28,2%).

    Metodologia

    Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro e Pequeno Empresário (IDCI-MPE) calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços, respectivamente.

    Fonte: CNDL

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